sábado, 11 de outubro de 2014

Apolo e Jacinto- Um caso de Amor Mitologico.

                                 

Apolo - deus do Sol, filho de Zeus e da ninfa Leto, irmão de Artemis (Diana) deusa da caça - apaixonou-se por um jovem mortal chamado Jacinto. É verdade! Como isso aconteceu? Bem... o que eu sei é que:

Jacinto era um jovem de rara beleza e muito apreciado pelos deuses do Olimpo. Segundo a lenda, ele nasceu em Esparta, fruto da união de Clio, uma das musas, e de um mortal. Além de belo, Jacinto também era musculoso e forte, predicados que chamaram a atenção de Apolo. Apaixonado pelo jovem, o seguia aonde quer que ele fosse.

Entretanto, Jacinto também era cortejado pelo poeta Tamires e por Zéfiro (o vento oeste), que o conhecera antes do deus do Sol. Podiam, eles se colocaram contra Apolo? Tamires acreditava que sim. Então, para se livrar do poeta, Apolo diz às musas que o poeta se gabava de cantar melhor do que elas. As musas, iradas e vingativas, lhe retiraram a voz, a visão e a memória. Foi o fim de Tamires. Zéfiro, que muito bem conhecia os poderes de Apolo, permaneceu contrariado. Porém, um ódio surdo crescia em sua alma, despertando-lhe a vingança.

Aconteceu, pois, que num belo dia, quando os amantes se divertiam com um jogo - Jacinto se distinguia em todos os esportes –, Apolo lançou o disco de tal maneira que Jacinto, entusiasmado com o lançamento, correu adiante para pegá-lo e ao mesmo tempo medir a distância percorrida pelo disco. Era a oportunidade que Zéfiro - amargurado pela preferência de Jacinto por Apolo - aguardava. O Vento Oeste, escondido em meio à folhagem de uma árvore, agarrou o disco em pleno voo, e lançou-o contra o crânio¹ de Jacinto, que caiu morto no mesmo instante. Apolo, cheio de profundo e íntimo desespero, correu até ele, levantou-o nos braços, mas a cabeça do jovem sem vida tombou sobre os ombros do deus do Sol. Eis a crueza medonha da morte. Eis o choque. Apolo era a própria imagem da tristeza infinita e do desespero inenarrável. O que era desejo se trocou subitamente em dor.

O deus, tão pálido como Jacinto, levantou-o e tentou todas as suas artes para estancar a ferida e reter a vida que fugia, mas tudo em vão; o ferimento estava para além do poder da medicina. Como quando se quebra o caule de um lírio no jardim ele pende a cabeça e vira as flores para a terra, assim a cabeça do rapaz moribundo, como se demasiado pesada para o pescoço, caiu sobre os ombros. «Tu morres, Jacinto», disse Febo, «por mim roubado da tua juventude. Teu é o sofrimento, meu é o crime. Pudesse eu morrer por ti! Mas já que assim não pode ser, viverás comigo na memória e na canção. A minha lira celebrar-te-á, o meu canto contará o teu destino, e tu tornarte-ás uma flor inscrita com os meus lamentos.» Enquanto falava, Apolo viu o sangue, que jorrara para o chão que manchava a erva, deixar de ser sangue; uma flor de matiz mais belo que o Tiro cresceu, semelhante ao lírio, não fosse que este é branco argênteo e aquela é púrpura. E isto não foi suficiente para Febo; para lhe conferir maior honra marcou as pétalas com a sua dor, nelas inscrevendo «Ah!Ah!», como vemos hoje em dia. A flor tem o nome de Jacinto e com o regresso da Primavera revive a memória do seu destino.

Dizia-se que Zéfiro (o vento do Oeste), também apaixonado por Jacinto e ciumento por este preferir Apolo, soprou o disco para fora do seu curso de modo a atingir Jacinto.»

Sentindo-se o único culpado pela morte de Jacinto, Apolo jura que ele viverá para sempre na sua lira como uma flor que renascerá em cada primavera. Dito e feito, no mesmo instante que o sangue de Jacinto chegou ao chão, se transformou numa flor do mais belo colorido; muito semelhante ao lírio, porém, roxa: a flor do Jacinto que renasce toda Primavera, relembrando o destino do jovem.